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28 de fev. de 2015

A religião como banalidade



   Serra Azul, uma cidade pequena que leva esse nome devido à cor anil que colore sua serra ao entardecer e que assim como uma moeda, apresenta dois lados: o bom e o ruim.
   Em 86 anos de emancipação política, o município tem evoluído bastante, seja em seu lado positivo como também no negativo. Não podemos negar quem é uma cidade boa para se viver, onde encontramos uma “pitadinha” de ar rural como também as consequências de um ambiente urbano.
   Um lugar pequeno possibilitou uma vida tranquila até pouco tempo, mas, ultimamente, o sossego foi tomado por falta de respeito e de civilização do povo, que deveria ser honrado, afinal, é um povo trabalhador e lutador, mas que não exerce sua cidadania.
   Uma questão que merece atenção, talvez seja característica de cidade bem pequena, principalmente Serra Azul, é o excesso de Igrejas e a maneira como as pessoas usam a figura de Deus para esconder seus comportamentos.
   Podemos dizer que em cada esquina, surge uma nova Igreja. Locais que antes eram bares, lojas, se transformam na casa de Deus sem a menor preocupação com os valores religiosos, e os pregadores da “Palavra” são pessoas sem nenhuma preparação, que conquistam fiéis com sua lábia e tentam tirar proveito da situação, transformando a fé dos outros em lucro para si mesmo.
   O fato é que não há ninguém para frear essas instituições e muito menos o compromisso de zelar por aqueles que seguem uma tradição religiosa, que acabam de certa forma sendo ofendidos com tanta falsidade.
   Entre as instituições religiosas, com certeza existem aquelas que respeitam uma tradição, como a Católica, Evangélica ou Espírita e que contam com coordenadores aptos para exercer tal função.
   Não devemos julgar os outros por mera aparência. No entanto, nem todos contam com escrúpulos para falar de Deus e muito menos para dar lições moralistas aos outros. O que também acontece, é a falta de respeito entre as religiões, que se agridem mutuamente. Além disso, os próprios praticantes não aceitam que outros tenham um modo de pensar diferente, e tentam impor a sua fé, sendo que, se alguém nasce dentro de uma cultura, não cabe ao outro tentar criticar ou mudar o pensamento.
   Alguns podem dizer que é implicância, porém, é impossível não enxergar que algo está errado nesta banalidade religiosa. A ingenuidade dos fiéis ajuda na confiança dos pastores, que na verdade, são manipuladores e ninguém, de uma hora para outra, muda seus conceitos para ajudar o próximo sem almejar riqueza para si mesmo.
   Falar de religião é uma coisa bastante delicada e polêmica, contudo é uma ofensa usar a fé como uma coisa banal e simples assim. Entretanto, fica bem claro que são apenas alguns segmentos evangélicos que usam desse caminho. Enquanto uns respeitam a sua fé, outros são ignorantes e seguem falsos profetas.
   A culpa é do próprio povo que cai em qualquer ladainha e sequer tenta pesquisar as verdadeiras origens de pastores e pior ainda, se convertem e passam a criticar a vida alheia.
   Culpa também, da administração da cidade, que não regulamenta a abertura de Igrejas e que não pode brecar essa barbaridade religiosa que acontece; deveria ao menos dificultar a criação de novas Igrejas, pelo menos as que não contassem com um lugar apropriado e com pessoas qualificadas para transmitir a palavra de Deus.
   Cabe a própria população sair da ignorância e trazer de volta a cultura de cada religião. As pessoas têm que ser capazes de serem elas mesmas e não se esconderem atrás da figura Divina, que tanto deve sofrer com tais comportamentos humanos.

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