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10 de jul. de 2015

Maquinário humano


Pessoas com donos. 
Mãos aceleradas, efervescentes e vazias. 
Rostos cansados, cheios de nada. 
Quem os dera, ou me dera fosse o fim. 

Nesses dias tão enfadonhos, 
Que me cansa mais a mente 
Do que as mãos. 

Mãos que trabalham, vivem e morrem 
Suplicando um dia melhor. 
Um dia sem culpa e sem barulho. 

Nesse amontoado de trapos e retalhos
Meus sonhos viram 
Cinzas, linhas e linhas. 

Ontem. Desejava que esse hoje, 
Não fosse como amanhã. 
Triste, monótono.

Brum, brum, brum  
Maquinário pesado, 
Já não cansa, não sonha.

Que dias enfadonhos costureira
Logo tu que
Através de retalhos,
Por madrugada adentro,
Transforma suor em sustento,
À espera da carta de alforria
De uma vida escrava
Tu mesmo enche o peito ao dizer que
Se arrisca a viver
Por trás do barulho infernal
Das máquinas de costura.

Recebem: Amor e paz, 
Dinheiro é paz. 
Pobre humano, 
Rico engano.

2 comentários:

  1. Respostas
    1. É ótimo saber que estamos fazendo um bom trabalho, vamos continuar publicando mais poemas como esse, cada vez aperfeiçoando mais, e sempre tentando alimentar o blog sempre que possível. Abraço.

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