No
fim de semana passado depois de algumas crises de culpa seguidos com vários
surtos de tensão pós paixão, resolvi ir ao médico.
O
parecer final veio dias depois. Poderia optar por cirurgia que sujeitaria na
remoção do coração, ou seguir à risca uma tabela prescrita pelo terapeuta.
Declaro que pensei bastante na primeira opção, mas por alguns choros miúdos de
minha mãe a receita do doutor foi parar no porta sofrimentos.
Domingo: 250 mg de alegria com 100ml em soro de
calma. Segunda: desânimo com um belo copo de tristeza, misturado com 3 colheres
de sal. Terça: chá de decepção com uma dose de xarope de comoção. Quarta:
terapeuta, seções de coragem para superar o medo. Quinta: coquetel de
felicidade, deite-se pois tem efeito colateral a ansiedade pode persistir por
algumas horas. Sexta: prazer com... É sexta-feira! Mas nada de botequim por 5
meses. Sábado: chega a liberdade, vai embora a solidão.
Mas calma sem covardia temos Janeiro, Fevereiro,
Março, Abril, Maio, Junho, Julho, Agosto, Setembro, Outubro, Novembro e por fim
Dezembro. Voltando para o tratamento. Segue curiosidade, culpa, ansiedade,
tédio, raiva, prazer, orgulho, dó, dor e amor. Há amor? Pois bem, há o amor.
O médico me indicou amor nas Segundas, das 19 horas
às 23, podendo prolongar o horário dependendo de quão longe esteja uma faca,
quem sabe uma corda um pouco grossa, as contas do fim do mês e a Sexta-feira.
Há dias em que eu acordo pulando e durmo chorando,
talvez o terapeuta tenha me passado a receita errada, ou talvez, eu que tenha
esquecido o que ele tinha passado, ou será que tomei algo errado?
Eu lembro! Ainda está anotado, como poderia não ter
lembrado? Está aqui! Uma capsula de solidão às Sextas, até terminar as doses de
duas gostas de dúvida em quatro semanas o tratamento termina. Depois de
encerrado poderei voltar a tomar banho de chuva.
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