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31 de jul. de 2015

Alguém sabe o que é o amor?

O amor pode matar? O amor é bom? O amor é mau? Se me perguntassem o que é o amor a três ou quatro dias atrás, falaria que o amor é poesia, e nada mais que um ou dois versos.
Ontem ignorei o amor na rua, mas antes tinha o rejeitado no bar, talvez também no cinema, com certeza assim como na praça. A Graça, a Bruna, a Julia, a Ana, você. Você? Espero que você não fique sem graça se for um homem, mas no final quem ficou sem a Graça foi eu. Doeu.
Depois que a fina nevoa da paixão esvaiu-se, e os primeiros raios de razão cegaram percebi que a Graça me trocou por 100 reais e uma tarde de felicidade. Me tranquei e calei-me, ao certo tenha chorado por uns 2 minutos, e uma tarde inteira soluçando. Aonde iria eu superar um amor platônico cheio de ilusões? Fui à procura de respostas, e de uma dose de compaixão. Sai de casa feito um louco, por pouco não acabei no botequim da esquina. Uma pena.
Fui à casa de Proco, apesar de ter um nome comum meu avô tinha uma verdadeira singularidade. Logo chegando tentei arrancar mais algumas respostar de minha enciclopédia particular. O vi tão empoeirado quanto um livro velho, da maneira que estava sentado parecia estar em sintonia com sua poltrona. Confesso que não distinguia quando estava dormindo ou quando tentava enganar a morte.
Enfim, sentei ao seu lado, e perguntei meio sem graça... Sem Graça. Por cem Graça? Doeu.
 - Vô o que é o amor? - Perguntei. 
(Um longo silêncio habitou o local por minutos, talvez estivesse dormindo quando perguntei. Passei intermináveis 15 minutos olhando para aquele semblante enrugado e monótono, cheio de segredos).
- Tu não sabes o que é o amor? Então tu não sabes quem tu és. - Respondeu.
Talvez naquele exato momento ele se debatesse por dentro esperando que eu falasse algo, mas só baixei a cabeça ainda meio assustado, pois minhas esperanças de respostas já haviam acabado depois que ele parou de respirar por uns instantes.
- O amor é como um dia ruim que acaba ficando um pouco pior. - Completou.
Talvez estivesse um pouco bêbado, isso me torna um mentiroso, contudo não garanto de ter dado uma passadinha naquele botequim. Imaginava como esse velho que não conseguia nem falar direito estava me fazendo mais triste. E eu ainda não tinha esquecido a Graça.
- Talvez se o amor fosse fácil e gostoso como ouço falar dele, talvez assim ele pudesse gritar, e parasse de se debater a cada palavra entoada por minha mente. Com o amor eu não morreria enforcado com minhas próprias palavras. - Finalizou.
Daí que eu percebi que não existem diversos tipos de amor, da mesma forma como não existem dois tipos de paixão, outras cinco maneiras de angústia, ou sete categorias de alegria. O amor é singular, como todos os outros sentimentos. Quanto a Graça, descobri o porquê do ditado ‘’Nem de graça’’. Pois isso me custou Cem reais.

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